BlogBlogs.Com.Br Naftalina - Porque a paixão esteve muito tempo guardada: America, torcida e a sociedade do espetáculo.

quinta-feira, 13 de março de 2008

America, torcida e a sociedade do espetáculo.

Pra começar os trabalhos: AFC 2x0 MEC... Alívio.

Sempre leio companheiros de torcida indagarem sobre o tamanho da "massa" de americanos de coração. Não é uma questão que eu me importe ao ponto de me chatear em reconhecer a realidade, mas me incomoda essa tentativa de mensuração. Temos torcida, é fato. Não quero saber se são 100mil ou 10mil. Basta saber que o AFC nunca jogará sem fiéis...

Mas, como proveta de jornalista que sou, gosto de analisar. Em Comunicação de Massa na faculdade, estudei Guy Debord, autor de "A Sociedade do Espetáculo". Leitura difícil, porém interessante... Com atenção, dá pra tirar belas sacações pra vida, não só acadêmica.

Assim o faço: O America existe?
Para quem não é America, não. O America não entra na mídia massiva. Para que o America "fosse" verdade, ele teria que ser noticiado num veículo de grande alcance midiático. O America não é legitimado. O interesse no centenário clube rubro se restringe basicamente aos seus fanáticos torcedores. Isso não é um problema rubro somente. E não só no futebol que acontece isso... Mas pego o exemplo do esporte! O Flamengo é notícia. Sempre será. A mídia massiva sempre terá no Flamengo, um alcance a maiores públicos. Isso acaba se refletindo no tamanho de sua torcida, que vê seu clube legitimado. Seu clube existe, para flamenguistas e não-flamenguistas. E é [im]posto nas rodas de discussão. A mídia quase nos impôe: discutam sobre o Flamengo.

Exemplo esdrúxulo:

O Flamengo seria o Banco Central, o America a padaria do Manolo.
Um assalto ao Banco Central, tem mais relevância para um maior público
Um assalto à padaria do Manolo só importaria ao Seu Manolo, claro, seus funcionários e seus clientes.

O assalto na padaria não seria notícia no meio massivo. Logo não existiria.

A mídia entraria como selo de veracidade.



Eu, como torcedor do America que sou, pouco me importo com o Banco Central. Mas serei quase que obrigado a ter conhecimento sobre. "A Mídia me agendaria"



Em nada desmereço meu time o comparando a uma padaria. Só reflito sobre uma realidade. E aprendi a duvidar da legitimação midiática. Não podemos ser reféns de alguns meios. E na torcida do America, existem muitas "viúvas".



Mas foda-se Debord.
America tá em mim.

2 comentários:

Marcus Lotfi disse...

Belo elo, garoto. Abri o guarda-palavras e puxei um texto de fino trato para vir até aqui. Bom blog, boas palavras, e um amor pelo América que me fez apaixonar ainda mais por tanta vermelhidão. Quando eu era moleque, num desses acessos, fiquei de mal com Deus porque o céu era azul...hehe...
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Ah, a hipótese do Agenda-Setting e as teorias que rodeiam o agendamento caem muito bem na questão clubista, como você mesmo coloca, falando de mídia no Rio mesmo. Talvez esse fato (A mídia não agendar o América) tenha ajudado a guardar tão bem nossa pureza...Não sei...
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Que seus dedos não quebrem, meu caro, virei aqui mais vezes! Forte abraço!

Anônimo disse...

Aprendi muito